05 janeiro 2007

05 - O Xamã – Curador dos dois mundos.


"Fire, sacred fire
Burning through the night
Come to me in the dreamtime
Bring me visions of light"…


Em uma noite especial, escolhida pelos astros, ele foi chamado.
As sombras o abraçaram e sua percepção foi ampliada.
Na escuridão ele enxergou a cura e recebeu os dons de seus ancestrais.
Agora que ressurgiu para a luz, ele se tornou o Curador.
Sobre a espiral da vida ele exulta a serpente do conhecimento e abre brechas no realismo para que o espírito sibilino preencha o astral e traga visões da luz.
Na liturgia mágica do culto ao fogo!

Quem eram os primeiros artistas? Com toda certeza, eram os xamãs. Sabe-se que desde os tempos imemoriais eles desenvolveram uma capacidade divina de inspiração, um dom extra-sensorial que os permitia descer às profundezas do subconsciente através do transe e, ao contrário dos simples mortais, retornar em seguida ao mundo dos vivos.
Com a capacidade de conhecer o desconhecido e com seu talento excepcional para expressá-lo através da arte, o xamã desenvolveu o conhecimento das forças ocultas da natureza e do homem.

O xamã é o mestre desse outro mundo, e é por isso, que a palavra xamã significa em algumas culturas "aquele que vê no escuro".
Mesmo hoje, os artistas continuam sendo mágicos cuja obra é capaz de nos seduzir e emocionar. Eles sabem que para libertar o que há de mais inspirador e criativo no homem há de se mergulhar no desconhecido, com fé na sabedoria da natureza e no destino superior da humanidade.
Para transformar instinto em arte há de se ter muito sangue nas veias!

Chegou a hora de recordarmos o culto do fogo.
Todos nós deveríamos sair a passeio nas matas e lá, no seio profundo da Mãe Natureza, fazer fogueiras, acender o fogo, orar e meditar. Dessa forma podemos atrair do alto e do centro da Terra, poderosos fluxos de energia vital, e assim sentir aquele senso quase perdido de conexão espiritual com a natureza e todos os seres vivos.
Nos tempos modernos, a ciência e a tecnologia criaram a ilusão de um controle sobre as forças naturais, maneiras aparentemente confiáveis de passar os dias sobre o sobrenatural.
Seguros e entediados, somos a expressão da monotonia.
E alguma coisa ficou morta no âmago da vida...

Para Jung, somos naturalmente “animais religiosos” e se não encontrarmos um sentido superior para a existência, este instinto apaixonado é reprimido e atua a serviço do mal.
Sim, somos animais! E precisamos da natureza para sentirmos a divindade como ela é em sua totalidade.
Aqui, toda paisagem é viva, toda semente é sagrada e os animais, divinos. A realidade é luminosa e o momento, impregnado de sentido.
Se a raiz da doença moderna é o vazio de significação, o ritual é a antítese da alienação! Vamos fazer arte!

Receitas do Xamã para se viver com saúde:
Fogo na vela, banho de chuva, vento nos cabelos, filosofias sobre o universo madrugada a fora, massagens, danças sagradas e muitos sonhos ao dormir.


"Circle round, spiral down
To this heart open wide
Healing light, burning bright
Dry these tears I cry".
 
Denean and Cherokee Wayne.


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